Revisiting the past
NAUFRÁGIO
No turbilhão das ondas
que fustigam a minha carne dorida,
continuo a lutar contra a fúria do mar.
Continuo à procura da luz do farol.
Como resposta, a mesma escuridão de há anos
Só a revolta da tempestade, a cortar o silêncio, ensurdecedor.
E é o frio que me veste
E a vida que me despe,
Lentamente, meigamente,
Quase com amor.
Mas não lhe sinto os beijos e as carícias que procuro,
nem o regaço acolhedor que anseio,
nem o calor da voz com que sonho.
Só o vento, a chuva, e sempre aquele frio.
As ondas cobrem o meu corpo nu
de rendas brancas, puras, castas.
Castidade, castigo, castração.
NÃO. Grito. Mas ninguém me ouve!
Onde estão os amigos?
Onde estão os que amo?
Não vêem que me afogo?
Não vêem que me estão a afogar?
Lancem-me uma corda
Eu preciso!
Lancem-me essa corda.
Nem que seja para eu me matar.
(escrito por Helena S. em 08-12-84)
('Les Larmes' - Man Ray)
No turbilhão das ondas
que fustigam a minha carne dorida,
continuo a lutar contra a fúria do mar.
Continuo à procura da luz do farol.
Como resposta, a mesma escuridão de há anos
Só a revolta da tempestade, a cortar o silêncio, ensurdecedor.
E é o frio que me veste
E a vida que me despe,
Lentamente, meigamente,
Quase com amor.
Mas não lhe sinto os beijos e as carícias que procuro,
nem o regaço acolhedor que anseio,
nem o calor da voz com que sonho.
Só o vento, a chuva, e sempre aquele frio.
As ondas cobrem o meu corpo nu
de rendas brancas, puras, castas.
Castidade, castigo, castração.
NÃO. Grito. Mas ninguém me ouve!
Onde estão os amigos?
Onde estão os que amo?
Não vêem que me afogo?
Não vêem que me estão a afogar?
Lancem-me uma corda
Eu preciso!
Lancem-me essa corda.
Nem que seja para eu me matar.
(escrito por Helena S. em 08-12-84)
('Les Larmes' - Man Ray)
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